Entenda os impactos do divórcio nos filhos e descubra estratégias para reduzir danos emocionais e manter o bem-estar familiar.

O divórcio é uma transição complexa que envolve mudanças emocionais, financeiras e sociais para todos os envolvidos. Para os filhos, a separação dos pais pode ser interpretada como uma ruptura no alicerce que dá segurança e sentido à vida familiar.

É comum que surjam dúvidas:

  • Como contar para os filhos sobre o divórcio?
  • Será que eles vão se adaptar?
  • O que posso fazer para reduzir a dor dessa transição?

Este artigo explora os impactos do divórcio em diferentes faixas etárias, os fatores que influenciam a adaptação e estratégias comprovadas para minimizar danos.

Como o divórcio afeta os filhos

Embora o divórcio seja cada vez mais comum, seu impacto nas crianças e adolescentes ainda é significativo. A maneira como a separação é conduzida faz toda a diferença entre um processo de adaptação saudável e um trauma duradouro.

Impactos emocionais:

  • Sentimento de abandono: medo de que o outro genitor também “vá embora”.
  • Culpa: algumas crianças acreditam que são responsáveis pela separação.
  • Raiva: direcionada a um ou ambos os pais.
  • Tristeza profunda: especialmente em datas comemorativas e transições importantes.

Impactos comportamentais:

  • Dificuldades escolares: queda no rendimento, desatenção e desmotivação.
  • Alterações de humor: irritabilidade ou apatia.
  • Regressões: como voltar a chupar dedo, fazer xixi na cama ou buscar atenção constante.
  • Isolamento social: evitar amigos e atividades.

Impactos de longo prazo:

Estudos mostram que crianças expostas a separações conflituosas podem apresentar, na vida adulta:

  • Medo de compromisso.
  • Dificuldade em confiar.
  • Baixa autoestima.
  • Maior risco de depressão e ansiedade.

Diferença de percepção sobre o divórcio em cada faixa etária

Crianças pequenas (até 6 anos)

  • Tendem a interpretar a separação de forma literal e egocentrada (“o papai não está mais aqui porque eu fiz algo errado”).
  • Precisam de explicações simples e repetidas, com reforço constante de que são amadas.

Crianças em idade escolar (7 a 12 anos)

  • Já compreendem a separação, mas podem sentir raiva, vergonha ou desejo de “reconciliar” os pais.
  • Beneficiam-se de estabilidade na rotina e de manter contato com ambos os pais.

Adolescentes (13 anos ou mais)

  • Podem se sentir pressionados a “tomar partido” ou assumir responsabilidades adultas.
  • Costumam questionar mais, expressar revolta ou buscar independência precoce.
  1. Qualidade da comunicação entre os pais
    Separações com alto nível de conflito tendem a gerar mais instabilidade emocional.
  2. Manutenção de vínculos afetivos
    Contato regular e afetuoso com ambos os pais reduz a sensação de perda.
  3. Estabilidade na rotina
    Minimizar mudanças drásticas ajuda a criança a se sentir segura.
  4. Rede de apoio
    Avós, tios, professores e amigos próximos podem oferecer suporte emocional extra.

Estratégias para minimizar danos

1. Escolha bem o momento e a forma de comunicar

  • Sempre que possível, os dois pais devem dar a notícia juntos.
  • Use linguagem clara, sem culpar ou atacar o outro genitor.
  • Reforce: “A separação é entre nós dois, não tem nada a ver com você.”

2. Preserve a rotina ao máximo

  • Mantenha horários de escola, atividades e refeições.
  • Evite múltiplas mudanças simultâneas (como troca de escola e mudança de casa ao mesmo tempo).

3. Incentive o contato com o outro genitor

  • Não use a criança como mensageira.
  • Não fale mal do outro pai/mãe na frente dela.
  • Apoie momentos de convivência saudáveis, mesmo que haja mágoas.

4. Respeite e acolha as emoções

  • Permita que a criança expresse raiva, tristeza ou confusão.
  • Valide os sentimentos: “Entendo que você esteja triste. É normal sentir isso.”

5. Busque apoio psicológico

  • A terapia infantil ajuda a compreender e elaborar a separação.
  • Para os pais, a terapia pode oferecer ferramentas de comunicação e gestão emocional.

Fatores que influenciam a adaptação

  1. Qualidade da comunicação entre os pais
    Separações com alto nível de conflito tendem a gerar mais instabilidade emocional.
  2. Manutenção de vínculos afetivos
    Contato regular e afetuoso com ambos os pais reduz a sensação de perda.
  3. Estabilidade na rotina
    Minimizar mudanças drásticas ajuda a criança a se sentir segura.
  4. Rede de apoio
    Avós, tios, professores e amigos próximos podem oferecer suporte emocional extra.

Erros comuns que ampliam os danos

  • Disputar a lealdade da criança (“você gosta mais de quem?”).
  • Expor a criança a discussões sobre pensão, traição ou processos judiciais.
  • Mudar regras e limites por culpa — isso pode gerar insegurança.
  • Interromper o contato com a família extensa do outro genitor sem justificativa válida.

Sinais de alerta para buscar ajuda imediata

  • Mudanças drásticas de comportamento (agressividade ou isolamento).
  • Tristeza prolongada e perda de interesse nas atividades.
  • Sintomas físicos recorrentes sem causa médica aparente (dores de cabeça, estômago).
  • Queda acentuada no desempenho escolar.
  • Falas que demonstrem desvalorização ou desejo de não viver.

Conclusão

O divórcio não precisa significar o fim do equilíbrio emocional dos filhos. Com diálogo, respeito e planejamento, é possível preservar vínculos, reforçar a segurança emocional e ensinar resiliência.

Separar-se como casal, mas permanecer unidos como pais, é o maior presente que se pode dar aos filhos nessa fase.

Se você está passando por um processo de separação e quer garantir que seus filhos atravessem essa fase com segurança emocional, agende uma consulta com o Psicólogo Celso de Castro clicando aqui.

Por: Celso de Castro 

Psicólogo Clínico e palestrante

CRP 68424/06

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