Sentir ansiedade é parte da condição humana. Todo ser humano, em algum momento da vida, experimenta esse estado de alerta diante de situações novas, incertezas ou mudanças. A ansiedade, em si, não é um “defeito” ou uma doença. É uma forma de o corpo e a mente se prepararem para agir, se proteger e se adaptar.
Mas quando essa experiência começa a tomar proporções maiores do que você consegue sustentar, trazendo sofrimento e dificultando sua vida, é hora de olhar para ela com mais atenção.
O que é ansiedade?
Na perspectiva fenomenológico-existencial, a ansiedade é um modo de estar-no-mundo. Ela aparece quando nos damos conta da nossa liberdade de escolher e da imprevisibilidade da vida. É um sentimento ligado ao futuro, ao “não saber o que vem”.
- Ansiedade saudável: funciona como sinalizador. Por exemplo, sentir frio na barriga antes de uma entrevista ou expectativa antes de uma viagem.
- Ansiedade excessiva: acontece quando esse estado de alerta deixa de preparar e passa a paralisar. Em vez de ajudar, ocupa a mente, esgota o corpo e dificulta viver o presente.
Como identificar a ansiedade no dia a dia
A ansiedade não se manifesta da mesma forma para todas as pessoas. Ela pode se expressar no corpo, nos pensamentos, nas emoções ou no modo de se relacionar. A seguir, alguns sinais comuns:
1. Sintomas físicos
- Taquicardia, falta de ar ou sensação de aperto no peito
- Tensão muscular, dores de cabeça, mãos suadas
- Insônia ou sono leve e agitado
- Problemas gastrointestinais, como azia ou dor de estômago
2. Pensamentos acelerados
- Preocupação constante com o futuro (“e se der errado?”)
- Dificuldade de desligar a mente
- Ruminação: ficar revisando a mesma situação mentalmente
3. Emoções intensas
- Irritabilidade e impaciência
- Sensação de medo ou apreensão sem motivo claro
- Angústia persistente, mesmo em momentos de descanso
4. Impacto na vida cotidiana
- Evitar compromissos sociais ou profissionais por medo de falhar
- Queda de rendimento no trabalho ou estudos
- Desconexão dos próprios interesses e prazeres
Ansiedade ou transtorno de ansiedade?
Nem toda ansiedade é patológica. Ela se torna um transtorno quando:
- É intensa e frequente, durando semanas ou meses
- Gera sofrimento que não diminui sozinho
- Prejudica relações, trabalho, sono ou saúde física
Nesses casos, a busca por psicoterapia (e, se necessário, avaliação psiquiátrica) é fundamental.
Como a terapia fenomenológico-existencial-humanista lida com a ansiedade
Ao invés de reduzir a ansiedade a “sintomas a serem combatidos”, essa abordagem olha para a experiência total da pessoa. A ansiedade é compreendida como expressão de algo que precisa ser reconhecido.
Na prática:
- Acolhe-se a vivência sem julgamento
- Explora-se o que a ansiedade está tentando revelar (medos, escolhas, projetos de vida)
- Trabalha-se a presença no aqui e agora, resgatando o contato com o corpo e com os valores pessoais
- Reconstrói-se a liberdade de viver de forma mais autêntica, em vez de ser refém do medo
Quando procurar ajuda profissional?
Você pode considerar a terapia se perceber:
- Que a ansiedade limita suas escolhas
- Que o corpo e a mente não descansam mesmo em momentos de calma
- Que há um sentimento persistente de vazio ou falta de sentido
- Que os sintomas estão trazendo sofrimento e impedindo sua vida de fluir
Buscar terapia não é sinal de fraqueza, mas de coragem para se encontrar consigo mesmo e viver de forma mais consciente.
Conclusão
A ansiedade faz parte de ser humano, mas não precisa dominar sua vida. Reconhecer seus sinais é o primeiro passo para lidar com ela de forma saudável. Na terapia fenomenológico-existencial-humanista, você encontra um espaço de escuta, acolhimento e liberdade para compreender essa experiência, ressignificá-la e construir novos caminhos de existência.
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Por: Celso de Castro
Psicólogo Clínico e palestrante
CRP 68424/06